terça-feira, 13 de agosto de 2013

Quando a ficção ABUSA da realidade

Tá, não sei se esse é o melhor título pra postagem que segue, mas estive inquieta até postar um dos melhores textos que vi sobre a [insira a sua indignação aqui] da atual novela das nove "Amor à Vida".
O texto pode ser visto no blog Além do Cabelo. Não vou destacar nenhuma citação porque vale muito a pena visitar o blog e conferir o que a autora escreve sobre o que eu vou considerar a seguir.
Respeitando a laicidade do nosso território tupiniquim, não vou expor nesse texto a minha religiosidade. Porém, gostaria de levantar um questionamento sobre o que a maioria da população telespectadora receptora anda absorvendo ou não, e em como a grande massa aplica tudo isso.
Nos capítulos da semana passada da novela Amor à Vida, o autor Walcyr Carrasco me fez o favor de matar a Marina Ruy Barbosa de desgosto em forma de câncer porque a bonita, que é maior de idade, vacinada e já morou no exterior foi engabelada pelo noivo e a melhor amiga. Vejam só o resultado:
Defina "história romântica"
MORRÉU

Até antes de ler o post eu não sabia qual era o tipo de câncer que essa menina tinha, também porque eu nem assisto essa novela pra falar a verdade. Faz anos que eu não paro pra assistir tv porque trabalho, estudo e blá blá blá. Mas acompanhando pelos globos.com da vida, fiquei indignada pela forma como o autor conduziu a história. Tratou de uma maneira tão superficial e artificial uma das doenças mais emblemáticas da humanidade e, não obstante disso, tratou a espiritualidade de uma forma, digamos, bizarra. Desculpa Walcyr, mas foi patético. Vi as cenas pela internet e não tenho elogios sinceros pra te dizer. Convivi com portadores de câncer e presenciei finais felizes e também tristes. Mas acima de tudo, com um histórico de lutas e superação, com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto. Segundo comentários de pessoas que acompanham a obra, não se obteve informações sobre a doença e tampouco sobre sua prevenção e tratamento. Romantismo demais, mimimi demais, muito chororô, fantasias e pouco do que realmente importa.
Hoje vi uma entrevista do autor falando sobre suas crenças no espiritismo. Com todo o direito ele pode crer no que quiser, mas essa coisa de empurrar goela abaixo para o telespectador conceitos religiosos ou não enrustidos na novela, que não são de domínio da maioria através dos meios de comunicação, na minha humilde opinião, fere o nosso querido Estado Laico. Mas o autor não é unanimidade, tem muito disso por aí.
Tudo isso eu chamo de Teoria Hipodérmica ou Teoria da Bala Mágica que consiste em uma mensagem que é lançada pela mídia e que é imediatamente aceita e distribuída por todos os receptores. Essas teorias estudam os efeitos da comunicação no comportamento da sociedade e é isso que eu acredito que está acontecendo mais do que nunca atualmente.
Amigos, fui de um assunto à outro neste texto. É apenas um desabafo sobre como me sinto quando vejo esse tipo de abuso no subconsciente do receptor, que insere o indivíduo em uma ideologia surreal da qual ele não faz parte, fazendo-o esquecer a sua realidade. Em que momento o câncer da personagem foi tratado de uma forma real? O que dizer então da morte? Espero que o autor mostre as suas justificativas no decorrer da trama.

Nenhum comentário:

Postar um comentário