sábado, 28 de abril de 2012

A chave de uma outra dimensão

Desde que eu me entendo por gente eu lembro de ser levada para várias igrejas, já fui católica e protestante ao mesmo tempo. Embora a minha educação religiosa tenha sido um tanto difusa, isso colaborou para que eu visse as coisas de maneira generalizada e descobrir o que eu realmente acreditava, não achei ruim não. Uma delas em especial me chamava a atenção quando criança, mas não por questões doutrinarias (porque afinal uma criança não está interessada em cultos, convenhamos), mas porque lá no fundo da parede do altar havia uma imagem que mexeu muito com a minha imaginação. Aquela imagem simbolizava algo que chamamos de paraíso e talvez só eu ficasse prestando atenção nela. Era um lugar bonito, tinha um céu bem azul e a grama verde e bem cuidada. Tinha flores e também um lago, e eu quando era pequena achava que se eu atravessasse aquela imagem na parede eu poderia chegar lá. Mais tarde eu descobriria como chegar neste lugar, mas por outros métodos.
O tempo passou e um dia eu cheguei bem perto dessa imagem. Que decepção! Eu preferiria nunca ter visto de perto e ter mantido toda aquela fantasia na minha imaginação.
Um dia me disseram que Deus havia ensinado que pra entrar no paraíso eu precisava fazer uma demonstração pública de que eu acreditava. Logo eu que tinha pavor de exposição, de me sentir vulnerável em público. Adiei várias vezes essa prova, por medo, por não achar que queria pertencer a certos ambientes, por dúvidas, por certezas e por comodismo. Então eu orei e falei pra Deus o seguinte: "Se o Senhor não me empurrar, eu não vou pra frente." E numa véspera de Páscoa, um anjo que se escondia dentro da minha mãe me disse: "Gabriela, vamos?" E eu não pensei duas vezes.
Eu acreditei por muito tempo que fazendo o que fiz no dia 7 de Abril fosse me dar a chave da porta daquela imagem do altar. Talvez sim, depende de como eu for daqui pra frente. Mas eu posso afirmar com certeza de que este ato me abriu muitas outras portas, e continua abrindo.

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